quarta-feira, julho 14, 2004

a trombeta orgânica

As horas da noite já iam altas, enquanto estudava anatomia na sala de estudo da faculdade. Por entre trajectos de veias e artérias com nomes parecidos e relações comparáveis a listas de supermercado, o único alento era o cigarrinho fumado na rua, entre as ladaínhas decoradas a cuspo. Não esperava mais que uma noite que compensasse o dia improdutivo_em termos de estudo_ mas o episódio esperava por acontecer... Não é que o gajo de ténis futuristas se peidou estrondosamente no meio daquela sala em que apenas o murmúrio morno imperava? O moço só disse"é normal!" e eu não me contive! Foi mais forte que a consciência social e desatei numa gargalhada que atingiu os demais. Raios! Porque é que eu me desato a rir mesmo na cara das pessoas? O que vale é que ele se riu também...outro picou-o "epah tas nervoso, oh kê?", e ele "epah sabes comé k é, os movimentos musculares e tal...a gente não se controla" Bem...se eu aí já me acalmava, não chegou para conter uma nova onda de riso. Era impossível parar! Quando já todos tinham abrandado, chega um amigo ao pé dele e diz do tipo "epah cheira mal!", e eu que estava ao pé, comecei a rir-me outra vez e parecia uma tonta ao longo da noite, porque sempre que olhava para ele lembrava-me dele a olhar em volta a ver se alguém tinha ouvido ou sentido o gás que amorosamente havia distribuído aos presentes.

1 Comments:

Blogger Baya said...

uahahahahah, imagino a teu descontro-lo...

3:21 da tarde  

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