quinta-feira, setembro 30, 2004

Falhas Cerebrais - 1 (olha... agora deixa...)

ha! e quando a inspiração falha?
como uma navalha que corta
e anestesia toda a parte em volta
sentindo-se apenas a pujança da vazia dor física.

esqueces tudo por instantes...
e antes? que pensavas tu?...
berlzebu desinspirado!
macacóide amaldiçoado!

É por egoísmos como o teu,
que te desinspiras...
são essas iras,
as causas das tuas sinas...
o que é que tu já semeaste?

queres é curtir, sumir...
já pensaste em evoluir?
ignorância alastrada....
Por isso... Levaste a Facada!




Francesco Bartolozzi
[Italian Engraver, 1727-1815]

domingo, setembro 26, 2004

Cântico Negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

(...)

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.


Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio

quinta-feira, setembro 23, 2004

A Sociologia não é só uma ciência, é um homem novo...

"Tratando-se de pensar o mundo social, nunca se ocorre o risco de exagerar a dificuldade ou as ameaças. A força do pré-construido está em que, achando-se inscrito ao mesmo tempo nas coisas e nos cérebros, ele se apresenta com as aparências da evidência, que passa despercebida porque é perfeitamente natural. A ruptura é, com efeito, uma conversão do olhar e pode-se dizer do ensino da pesquisa em sociologia que ele deve em primeiro lugar "dar novos olhos" como dizem por vezes filósofos iniciáticos. Trata-se de produzir, senão "um Homem novo", pelo menos, "um novo olhar", um olhar sociológico. E isso não é possivel sem um verdadeira conversão, uma metanoia, uma revolução mental, uma mudança de toda a visão do mundo social.
Aquilo a que se chama a "ruptura epistemológica", quer dizer, o pôr-em-suspenso as pré-construções vulgares e os príncipios geralmente aplicados na realização dessas construções, implica uma ruptura com modos de pensamento, conceitos, métodos que têm a seu favor todas as aparências do senso comum, do bom senso vulgar e do bom senso cientifico. Vocês compreenderam sem duvida, que quando se está convencido , como eu, de que a primeira tarefa da ciência social, é a de instaurar em norma fundamental da prática cientifica a conversão do pensamento, a revolução do olhar, a ruptura com o pré-construido e com tudo o que, na ordem social - e no universo douto- o sustenta, se seja condenado a ser-se constantemente suspeito de exercer um magistério profético e de pedir uma conversão pessoal."

Bourdieu, Pierra "O Poder Simbólico"


Le passage du commerce Saint-Andre, 1952-54
Balthus (Balthasar Klossowski de Rola) [French Painter, 1908-2001 - Surrealism]

quarta-feira, setembro 22, 2004

há uns milhares de anos...

POLO - Homem desgraçado e digno de piedade é sem dúvida aquele que é morto injustamente.
SÓCRATES - Menos do que aquele que mate injustamente e menos do que aquele que morre justamente.
POLO - Que queres dizer, Sócrates?
SÓCRATES - Simplesmente isto, que o maior dos males é cometer a injustiça.
POLO - O maior dos males? Mas sofrer a injustiça não é pior?
SÓCRATES - De forma alguma.
POLO - Então preferias sofrer a injustiça a cometê-la?
SÒC - Não desejo nem uma coisa nem uma nem outra; mas se fosse preciso escolher entre sofrer a injustiça e cometê-la preferia sofrê-la.
(...)
SOC - Sim, Polo, é essa a minha opinião : o homem e a mulher são felizes quando são virtuosos; infelizes quando são injustos e maus.
POLO - Então, segundo o teu raciocinio este Arquelau seria infeliz?
SOC - Sim, meu caro, se é injusto.

Górgias

Francis Bacon [Irish/British Painter, 1909-1992 - Expressionism]

terça-feira, setembro 21, 2004

Because we, dear President Bush, we have a weapon of mass destruction: we can think.

Desculpem o tamanho do post, mas acho que vale a pena lê-lo integralmente. Vejam em http://english.pravda.ru/world/2003/04/02/45426.html

Letter from Mia Couto to President Bush in "Savana", March 21st


Letter to President Bush

Mr. President:

I'm a writer from a poor country. A country that was once in your black list. Millions of Mozambicans were unaware of what harm we had done to your country. We were small and poor: what threat could we pose? Our weapon of mass destruction was after all being used against us: it was famine and misery.

Some of us found it weird the criteria which led to our name being exposed while other nations were gaining from your sympathy. For instance, our neighbor - South Africa with their apartheid - blatantly violating human rights.

For decades we were victims of that regime's aggression. But the apartheid regime was worthy of a more lenient attitude called the "positive involvement".
(...)
Well I - a poor writer from a poor country - had a dream. As Martin Luther King once had: that America was a country of all Americans. Well I dreamed that I was not a man but a country. A country that couldn't sleep because it lived terrified by terrible facts. And that terror made it proclaim a demand. A demand to you Dear President. And I demanded the United States of America to
proceed to the destruction of their weapon of mass destruction.

Because of the terrible dangers I demanded more: that UN inspectors would be sent to your country. What terrible dangers was I afraid of? What did I fear from your country? Unfortunately it wasn't a dream. Facts were the reason for my fears.
The list was so big that I will just name a few:

- The United States were the only nation to drop nuclear bombs upon other nations;

- Your country was the only nation condemned for "illegitimate use of force" by the International Justice Tribunal;

- American forces trained and armed extremist islamic fundamentalists
(including Bin Laden) under the pretext of overthrowing the Russian invaders in Afghanistan;

- Saddam Hussein's regime was being supported by the USA while committing the worst atrocities against Iraqis (including the gassing of kurds in 1988);

- As many other legitimate leaders, the African Patrice Lumumba was murdered by the CIA. After being arrested, tortured and shot in the head and his body dissolved in cloridric acid;

(...)
Since World War Two the USA have bombed: China (1945-46), Korea and China (1950-53), Guatemala (1954), Indonesia (1958), Cuba (1959-1961), Guatemala (1960), Congo (1964), Peru (1965), Laos (1961-1973), Vietnam (1961-1973), Cambodia (1969-1970), Guatemala (1967-1973), Grenada (1983), Lebanon (1983-1984), Libya (1986), El Salvador (1980), Nicaragua (1980), Iran (1987), Panama (1989), Iraq (1990-2001), Kuwait (1991), Somalia (1993), Bosnia (1994-95), Sudan
(1998), Afghanistan (1998), Yugoslavia (1999);
(...)
- Biological and chemical terrorism was carried out by the USA: the orange agent in Vietnam, a plague virus in Cuba which for years devastated the pig production there;

- The Wall Street Journal published a report announcing that 500.000
Vietnamese children were born with deformations due to the chemical warfare carried out by the American troops.

I woke up from the nightmare of that dream to the nightmare of reality. The war you decided to start may get a dictator away from us.

But we will all become poorer. We will be facing bigger problems in our already volatile economies and we will have less hope in a future governed by righthood and moral. We will have less faith in the power of the United Nations and the international law. We will be more lonely and helpless.

Mr. President:

Iraq isn't Saddam. It's 22 millions of mothers and children and men who work and dream as any American. We worry about the horror of Saddam Hussein's regime which are quite real. But we forget the horrors of the pr evious gulf war in which over 150.000 people lost their lives. Saddam's weapons are not killing the Iraqi people, the sanctions are. It was the sanctions that led to a humanitarian crisis that was so serious that two UN coordinators (Dennis Halliday and Hans Von Sponeck) resigned in protest.

Explaining the reason for his resignation Halliday wrote: "We are destroying a whole society. It is as simple and as terrible as that. And that is illegal and immoral".

Those sanctions have already killed half a million Iraqi children. But the war on Iraq isn't about to begin. It begun a long time ago. In the no fly zones there have been continuous bombings for the last 12 years. It is believed that 500 Iraqis were killed since 1999. The bombing included the massive use of depleted uranium (300 tons, 30 times more the amount used in Kosovo).

We will get rid of Saddam. But we will still be prisoners of this logic of war and arrogance. I don't want my children (or yours) to live dominated by fear or to think that in order to live in peace they will need to build a fortress and that they will only be safe when they spend a fortune in weapons.

Like your country, spending 270.000.000.000 (two hundred and seventy
billion) dollars a year to keep the war arsenal. You know too well what that amount of money could do to change the miserable faith of millions of human beings.

The American bishop Robert Bowan wrote you a letter in the end of last year. It was called "Why the world hates the USA?". The bishop of the Florida Catholic Church is a Vietnam veteran. He knows what the war is like and he wrote:

"You claim the USA are the target of terrorism because we defend democracy, freedom and human rights. What an absurd Mr. President! We are the target of terrorists because in most places in the world our government supported dictatorship, slavery and exploitation. We are the target because we are hated.

And we are hated because our government has done hateful things. In how many countries did we use our agents to replace democratically elected leaders and replacing them for military dictators willing to to sell their own people to the American multinational corporations?"

And the bishop concludes by saying: "The Canadian people enjoys democracy, freedom and human rights as well as the people of Norway and Sweden. Have you ever heard of any attacks on Canadian, Norwegian or Swedish embassies? We are not hated for having democracy, freedom or human rights. We are hated because our government denies that to the people of the third world countries whose resources are wanted by our multinationals".

Mr. President:

Your Excellency don't seem to have the need for an international institution to legitimize your right to a military intervention. At least may we find moral and truth in your argumentation. Me and millions of other citizens were not convinced when we saw you justify this war. We would rather see you sign the Kyoto Convention to prevent the green house effect. We would rather have seen you at the Durban International Conference against Racism.

Don't worry Mr. President. We - the small nations of this world - do not intend to demand your resignation for the support provided to all those dictators. The larger menace lying over America is not the weaponry of any third party. It's the lies in the heads of your own citizens. The danger is not Saddam's regime or any other regime. But the sentiment of superiority your government seems to have. Your major enemy is not on the outside. It's within the USA.

And that war can only be won by the Americans themselves.

I would like to celebrate the overthrow of Saddam Hussein. And celebrate it with all Americans. But without hypocrisy or that argumentation for the mentally diminished. Because we, dear President Bush, the people of the smaller countries, we have a weapon of mass destruction: we can think.

MIA COUTO
--
Translation by Ralitsa Zaitseva



domingo, setembro 19, 2004

"milhões e milhões de seres humanos estão tão bem ajustados ao meio urbano e industrial que já não se importam com os cheiros dos gases dos escapes dos automóveis, ou com a fealdade gerada pelas irregularidades das formas urbanas; acham normal cair nas armadilhas dos engarrafamentos de tráfego, passar grande parte dos domingos com sol em auto-estradas de betão entre a bestialidade dos anónimos e amorfos roncos dos motores dos carros. A vida na moderna cidade tornou-se um símbolo do facto de que o homem se pode adaptar a céus sem estrelas, a avenidas sem árvores, a edificios disformes, a pão sem sabor, a festas sem alegria, a prazeres sem espírito - a uma vida sem referência ao passado, amor pelo presente e esperança no futuro"

(Dubos, 1968)


Baigneuse Antique
Eugene-Emmanuel Amaury Duval
[French Painter, 1808-1885 - Academic Classicism]

uma provocaçãozinha aos retóricos

AS PALAVRAS

Girar em torno delas,
virá-las pela cauda (guinchem, putas),
chicoteá-las,
dar-lhes açucar na boca, às renitentes,
inflá-las, globos, furá-las,
chupar-lhes sangue e medula,
secá-las,
capá-las,
cobri-las, galo, galante,
torcer-lhes o gasnete, cozinheiro,
depená-las, touro,
bois, arrastá-las,
fazer, poeta,
fazer com que engulam todas as suas palavras

Octávio Paz (Tradução de Haroldo de Campos)



Amar é a eterna inocência, e a única inocência não pensar..

O GUARDADOR DE REBANHOS

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...

E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial

Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento

Para a eterna novidade do Mundo...
Creio no mundo como um malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele

Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...

(8-3-1914)

Alberto Caeiro

IF

A primeira vez que ouvi este poema foi de uma tradução interpretada pelo João Villaret, num CD perdido entre o pó de não ser ouvido. Senti-me embalada pelas palavras deste poema. é a aspiração do ser humano à perfeição: é o equilíbrio perfeito resistindo às intempéries dos agentes externos, é o deter de um saber que nos intitula de wise, não um saber livresco, mas um saber que ao mesmo tempo nos permite maravilhar com algo de novo e estar cientes da aparição, ou da existência, de cada coisa. A partir daí há uma atitude diferente para o comportamento. Se esta é a definição de Homem, haverá alguma vez existido algum?

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:

If you can dream--and not make dreams your master,
If you can think--and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools:

If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings--nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And--which is more--you'll be a Man, my son!

Rudyard Kipling

segunda-feira, setembro 13, 2004

terás por um simples dia parado um momento,
tentando imortalizar um sentimento?

por ti num segundo passam vidas
que ao primeiro olhar parecem amigas.
ja tentaste parar, talvez sorrir?
...um coraçao poderias abrir

mas nao, vivemos concentrados em nós, no "eu" de agora
que colocamos todo o mundo exterior fora
chateados por ainda nao ter lanchado
com pessoas a sonhar poder ter almoçado

como chegam as coisas a este ponto
falarei do passado aos meus filhos como um conto?
onde fadas e principes ainda se encontravam,
onde os simples plebeus se ajudavam

tao preocupados com a imagem, com a beleza...
contudo, no meio de engravatados apenas uma tem a gentileza
de socorrer uma pobre alma perdida no mundo
acreditando poder tirá-la la do fundo

(a rapariga era a que tb eu olhava de lado
pela sua vida diferente e ideal acabado)

como podem ser erradas as primeiras impressões.
onde encontrar as verdadeiras emoções?
diz me que nesta sociedade individualizada
ainda há lugar para uma pessoa ser amada...

assim continuamos...
todos os dias, a todo o momento,
a preferir esconder o sentimento.
e no meio de toda a multidão,
à felicidade, preferimos a solidão...



domingo, setembro 12, 2004

" Se sentes dor é sinal que estás a resistir. Hesitas em entregar-te. Se me disseres que não tens as relações que desejas, que não tens todo o amor e toda a saúde que desejas, nem todo o dinheiro de que pensas necessitar, então dir-te-ei o seguinte: " Se há tantas coisas que não correm bem na tua vida, então o que tens a perder?" Deixa de resistir e entrega-te. Diz para contigo que tens tudo a ganhar ao exprimentar algo novo.A tua evolução ressentir-se-á e o teu mal será menos doloroso. São sempre os que resistem que mais sofrem. Quanto mais resistires, mais o mal presistirá. Quanto mais resistires, mais a mesma situação se repetirá." Lise Bourbeau


pintura: A Coign of Vantage ;Sir Lawrence Alma-Tadema
[Dutch/British Painter, 1836-1912 - Victorian Neoclassicism]

para ver em melhor promenor: http://www.artrenewal.org/images/artists/a/Alma-Tadema_Lawrence/A_coign_of_vantage.jpg

quinta-feira, setembro 09, 2004

Hold your Horses!!!

haa!! que fazes tu??
esquece o medo que tens...
que correria a tua...
Entrega o teu Futuro ao Ciclo da Vida,
do qual fazes parte...

Deixaste.te iludir pelo teatro que os outros te apresentam...
agora sentes que nem tu própria és...
mas também...já ninguém é o mesmo...
o Orgulho e o Medo controlaram toda a gente...
Bom... sei que só fazes aquilo que te ensinaram...

Já pensaste naquilo? já pensaste nisto?
Já decidiste? Vais ser o que?
Se não tens cautela,
já não vais ter descansso até ao fim rapariga...
Babylónia é só dormitório! não te deixes amarrar!
olha para o mundo!! não queiras ser igual...


pintura: Venus and Cupid; Alessandro Allori; [Pintor Italiano, 1535-1607 - Maneirismo]



quinta-feira, setembro 02, 2004

Boom Festival 2004

Um Mundo Fantasia, tornado real durante 6 dias. Pessoas que se banham no lago, nuas sem preconceitos, crianças a brincar, calor..., um mercado replecto de coisas novas, comidas e bebidas variadas, harmonia... vestidos coloridos, musica psicadélica a todo o momento. Uma Hungara, dois Gregos, um Holandes, um casal Japonês...risos e conversas, inspirações divinas. Tudo isto torna dificil o regresso á cidade.



para ver mais fotos : http://www.boomfestival.org/galleries2004/001/bpics.html

musik

hoje ouvi uma música antiga que marcou muito um período antigo da minha história. O meu cérebro já adivinhava os diferentes acordes antes de eles acontecerem e no entanto, à medida que se sucediam os degraus da melodia, eu ia acrescentando as pinceladas que caracterizavam esse tempo e acrescentando nuances novas que coloriam de actualidade tudo o que aquela voz morna ia entoando. é fascinante esta sensação de intemporalidade que emana de certas composições, e mais ainda o é quando sei que revivo sentimentos antigos e ao mesmo tempo os experimento com a distância de uma maturidade que se foi formando. dEUS é a banda que me pôs neste estado.