quarta-feira, dezembro 22, 2004

Droga, Sexo, Jacuzzi e Yoga IV

Quando conheci o Yuran, ele passava a vida a jogar á bola. Agora passa a vida na rua e em casa a fumar parpálhos com o pessoal da zona e com o Timtim que mora no Chiado. Pouco mais soube dele desde os tempos da bola e de umas fumaças em grupo no quintal do Yuran - "Temos que fumar no Quintal, não posso dar canas ao meus cotas!" O fumo sempre foi um problema.
O Yuran era um amigo... não... um conhecido... um estranho?..não interessa mesmo...
Ambos seguimos o nosso caminho, mas hoje estávamos reencontrados e para ele era igual ao litro, para ser sincero para mim também, só tinha ido lá por causa da erva, as mudanças que iriam ocorrer na minha vida num futuro próximo não me deixavam muito tempo para compaixões.
O Yuran foi á casa de banho, e foi nessa altura que eu reparei que alguem estava a dormir no sofá da sala, um cobertor branco formava um corpo ondulado feminino, os cabelos pretos fizeram-me lembrar a irmã do Yuran, mas a irmã do Yuran era mais magra que o puto Nelson da quarta classe, "o Palito". O puto Nelson era o mais novo da familia, então de acordo com as regras lá da casa era o último a ser servido.Era o nono. Nem sempre havia comida lá em casa, e quando havia nunca chegava a ser o suficiente para o Nelson criar reservas de gordura. O Nelson no inverno passava frio. Ouvia-se o Nelson a tremer no fundo da sala de aula sem aquecimento, da escola primária.
- É a minha prima - Diz o Yuran ao vir da casa de banho
- Ha
- Então que fazes por aqui man? queres ervA?
- Sim, era bacano que me orientasses, porque vou agora mesmo viajar
- Ai é? vais pra onde?
- Ainda não sei...
- Mas vais quando?
- Hoje... Não sei.. Quando me apetecer..
- ham?? ok... caga nisso... Mas olha não tenho nada pra vender... O meu quintal não é propriamente a Jamaica, é um metro quadrado... se tanto... já tratei de fumar tudo.. quando tiver alguma coisa digo-te... tenho ali umas folhas mas tão a secar..
- Grrr Então mas...
- Eu posso te arranjar disso... espero que tenhas transporte... - diz a Prima do Sofá de olhos fechados, com um ar descontraído.Yuran "the Eagle" pela cara dele não me fazia querer que tivesse alguma prima bela, ainda para mais só tinha amigas feias..., mas a prima era uma mulher gira... devia ser bem afastada...

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Droga, Sexo, Jacuzzi e Yoga III

Finalmente começa-se a ouvir algo dentro da casa. Deve ser o Yuran a levantar-se. Abre-me a porta com uma cara que eu dificilmente teria reconhecido se não fosse a tatoagem que ele tem ao pescoço de uma Águia a caçar o que parece ser um rato. Os pés descalços dele também me fizeram lembrar o porque da Alcunha de Yuran "the eagle", um dia ele tinha-me dito que nunca cortava as unhas, deixava-as sempre partirem-se quando ia jogar a bola. Uma táctica de mestre, todos pensávamos.
-Bom Dia Maluka! já devias estar acordada.
-fdx.. entra ai.
A casa dele tinha um pequeno hall de entrada, uma sala, um quarto e uma pequena cozinha que dava para as traseiras, onde ele tinha um humilde quintal onde plantava Cannabis.
O Yuran foi direito para a cama, onde se deitou outra vez como se tivesse esquecido que tinha visitas.
- Yuran, que falta de respeito! andas a perder maneiras...
- Cala-te que eu ontem deitei.me ás cinco - Diz virando.se para o lado da parede com os olhos fechados e a lutar contra a luz.
Foi quando decidi ir direito ao asunto.
- Olha nao tens ai uma Ervinha para vender?
- Moo eeee mm mmmmaaa mm mmddmmmaa - Yuran.. Yuran só queria dormir...
- YURAN!! CRLH!! ABRE-ME ESSA PESTANA QUE EU BAZO JÀ! ORIENTA-ME Só COM ISSO tá?
Um empurrão e um Berro foi o suficiente para fazer emergir um Yuran que parecia impossivel.

domingo, dezembro 19, 2004

Do sentido da vida de Jonathan

Isto é um excerto de um livro-conto que li há tempos e cuja mensagem não consegui alcançar logo após o ter lido. O autor é conhecido pelo seu livro "O PERFUME", uma das obras da minha preferência. Tem um estilo muito metafórico, com mensagens subliminares sobre temas que envolvem a condiçaõ humana, as relações interpessoais e intrapessoais. É fascinante a visão que ele tem sobre o mundo e sobre cada homem, os laços que o envolvem em si e com os outros. Bem, decerto que este não é o excerto ideal para os mais susceptíveis, mas há que admitir que é deliciosa a maneira despreocupada como relata a situação e as palavras que traduzem o penasmento de Jonathan tal como é produzido...Temos acesso ao self real, não ao que ele tranporta para fora. Simplesmente soberbo!

"E Jonathan lembrava-se de há tinta anos atrás, quando o vira pela primeira vez, sentira despertar em si uma espécie de inveja furiosa, inveja da vida despreocupada que a criatura levava. Enquanto Jonathan começava o serviço todos os dias às nove horas em ponto, o vagabundo só aparecia, muitas vezes, às dez ou às onze; (...)E parecia nunca estar de mau humor, mesmo quando o boné (do peditório) ficava vazio; parecia nunca sofrer nem ter medo nem sequer se aborrecer. Apresentava sempre um ar de segurança e arrogância revoltantes, a provocatoriamente ostensiva aura da liberdade.
Mas uma vez, em meados dos anos setenta, no Outono, quando Jonathan se dirigia para a estação dos correios da Rue Dupin e quase tropeçou, à entrada, numa garrafa de vinho que se encontraVa sobre um pedaço de cartão(...) e quando involuntariamente se deteve a procurar com os olhos o vagabundo, não porque lhe sentisse a falta, como pessoa, mas porque da natureza morta com garrafa, saco e cartão desaparecera o elemnto central...eis que o descoBriu do outro lado da rua, acocorado entre dois carros estacionados, a fazer as suas necessidades. Agachara-se junto à valeta, com as calças abaixadas até aos jarretes, com as nádegas voltadas para Jonathan (...poupo-vos a descrição...) e os esguichos que embatiam no solo e ressaltavam sujavam peúgas, coxas, camisa, tudo(...)
A partir desse instante a inveja que Jonathan sentira pelo vagabundo desvaneceu-se por completo. (...) Exisitiria coisa mais abjecta do que mostrar a nádegas em público e ter de cagar na rua? Existiria coisa mais degradante que estas calças semi despidas, esta posição acocorada, esta nudez compulsiva e feia? (...)
Mas quando, numa grande cidade, uma pessoa já nem para cagar podia fechar atrás de si uma porta(...), quando uma pessoa se acha privada desta liberdade, a liberdade suprema de se isolar das outras pessoas para fazer as suas necessidades, então todas as demais liberdades perdiam o valor. Então a vida perdia o sentido. Então era melhor estar morto.
Quando Jonathan descobriu finalmente que a essência da liberdade humana consistia na posse de uma retrete comum e gozava desta liberdade essencial, foi invadido por um sentimento de profunda satisfação."

in A POMBA, de Patrick Suskind, Editorial Presença

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Droga, Sexo, Jacuzzi e Yoga II

O cubiculo do Yuran ficava no bairro alto, e foi para lá que eu fui. Apanhei um pouco de engarrafamento, mas foi um tempo importante para arrumar as ideias. Vou mesmo embora. Não é mais um engano para se transformar em fraqueza, desta vez não vou ter medo.
Estacionei o carro ao pé do Largo Camões. Andava na rua sem olhar para as pessoas. Sentia.me bem apesar de tudo, embora soubesse que ia ser dificil. Aproveitei para comprar o Jornal. Esitei mas escolhi o público, não sei o que me fez escolhe-lo.. mas passei a vida a ouvir "publico" "Dn" "eXpresso", senão provavelmente teria escolhido o crime. Talvez fosse o mais verdadeiro de todos... 1ª página do público , "Ponte 25 de Abril encerrada para Obras". Primeira págino do crime "O ladrão de Barrancos está de volta". Solto um riso estúpido, que provoca um olhar de esguelha do homem do quiosque. Bom dia! Obrigado.
Continuei para casa do Yuran,o gaijo vai-se passar, nove da manhã... O vento fresco eriça.me o cabelo, o chão duro e negro aleija.me os pés.. Merda da moda de usar ténis com solas de merda, as pessoas são tão burras. Olho para cima está uma velhota no parapeito da janela, os olhos dela seguem os meus. Mais uma vida que se cruza - Bom dia! , digo com prazer. A velha , limita-se a levantar o lábio de cima de onde apenas sai o som da saliva a estalar. Os olhos permanecem petreficados. Será que era a Avó do Yuran? a Casa fica praqui... Acho que é aquela porta ali a frente. O Bairro Alto de dia tem um ar mais fresco - penso eu.
Dou três pancadas numa porta verde...mais duas... o Yuran nao responde...

Noutro timing, não seria deplorável...

Timing...mas que conceito mais irritante quando usado como argumento basilar de qualquer questão. é a razão que demonstra a falta de razões.


"I tell you how I feel, but you don't care
I say tell me the truth but you don' t dare
You say love is a hell you cannot bear
And I say gimme mine back and then go there - for all I care

I got my feet on the ground and I don't go to sleep to dream
You got your head in the clouds and you're not all what you seem
This mind, this body, and this voice cannot be stifled by your deviant ways
So don't forget what I told you, don't come around, I got my own hell to raise

I have never been so insulted in all my life
I could swallow the seas to wash down all this pride
First you run like a fool just to be at my side
And now you run like a fool, but you just run to hide, and I don't abide

I got my feet on the ground and I don't go to sleep to dream
You got your head in the clouds and you're not all what you seem
This mind, this body, and this voice cannot be stiffled by your deviant ways
So don't forget what I told you, don't come around, I got my own hell to raise

Don't make it a big deal, don't be so sensitive
We're not playing a game anymore; you don't have to be so defensive
Don't you plead me your case, don't bother to explain
Don't even show me your face, 'cuz it's a crying shame
Just go back to the rock from under which you came
Take the sorrow you gave and all the stakes you claim --
and don't forget the blame

I got my feet on the ground, and I don't go to sleep to dream
You got your head in the clouds, and you're not at all what you seem
This mind, this body, and this voice cannot be stifled by your deviant ways
So don't forget what I told you, don't come around, I got my own hell to raise"

' SLEEP TO DREAM '
Words & Music: Fiona Apple





quinta-feira, dezembro 16, 2004

Droga, Sexo, Jacuzzi e Yoga

Parti sem rumo, estava um belo dia de nevoeiro, mas nem pensei nisso, segui o meu caminho quase automáticamente, nunca pus em causa o que estava a fazer, também porque secalhar nem sabia o que estava a fazer. Mas o importante é que um pensamento se ia aclarando, estou a dar de fuga... Mão no bolso quentinho do casaco, chaves do carro na mão... Fds..Onde é que pus o carro? ha...bem me parecia...
Entro no carro. Logo após o meu corpo se habituar á mudança de temperatura, penso - Tenho uma conta com 5000 mil euros, e uma vida que me está a estrangular, vou.me embora, estou farto!.. vou mesmo dar uma de maluco pra toda a gente, mas que sa foda, vim sozinho ao mundo... eles que vão tomar no cú! Quero trilhar novos rumos, este que ando a percorrer à uns tempos tem sido só cavar em vez de andar pra frente. Chega de me torturar, só porque é bonito para as pessoas verem... agora vou dizer aquilo que me apetecer na hora, tenho um carro... se o cenário ficar feio bazo.. haha. Talvez faça bons amigos e passe grandes momentos, tal como nos filmes..
Porra, vou assim ha toa? vou passar por casa do Yuran para comprar uma bula...


Georges Braque
[French Painter, 1882-1963 - Cubism]
"When I read about the evils of drinking...I gave up reading." ~Henny Youngman


William-Adolphe Bouguereau
[French Painter, 1825-1905 - Academic Classicism]

terça-feira, dezembro 14, 2004

do que se fala

Example

é disto

Example

?

segunda-feira, dezembro 13, 2004

utopia

diz-me se pensaste, tao pouco alguma vez sonhaste
em viver um sonho diferente, com outro tipo de gente

quantos de nós nao criaram utopias
em sociedades imaginadas repletas de magias
....e fantasias, e alegrias e sonhos perfeitos
dum mundo sem antes nem depois, sem defeitos

(nunca passa duma simples mentira
um caminho alternativo para a tua vida passiva
que a tua mente te tentou mostrar
sabendo que nao tens a coragem de a concretizar)


que mágica, que perfeita, que bela
a ideia dum lugar desenhado a aguarela
a tinta dum "Eu" escondido, perdido
nos recantos de algo possivel por todos nós esquecido

preocupado com o momento, esquecido do sentimento
por segundos desenvolvemos ums teoria, uma UTOPIA
dum mundo perfeito, raro, para nós possivel
quem sabe até concebível....

Mário Almeida
recomendo:
MArcuse, HErbert - "um ensaio sobre a libertaçao"
Morus, Tomas - "a utopia"
Campanella, Tomás - a" cidade do Sol"


sexta-feira, dezembro 10, 2004

"Se quisermos vislumbrar a realidade da nossa vida enquanto a tivermos, precisaremos de acordar para os nossos momentos. De outra froma, todos os dias, mesmo toda a vida poderá passar sem se dar por isso."


quarta-feira, dezembro 08, 2004

uma questão de adaptação

Quando a rainha ordenou, do alto do seu nariz afilado, que pintassem todas as túlipas de vermelho

Example

ela não se quis isso nem roxa. Prometeu-se preservar a identidade original e negou-se a maquilhar-se com cores que a moda escolhera. Quem não sabe ainda O fim da doce papoila?

terça-feira, dezembro 07, 2004

ou então não

Example

Na urbana ausência de qualquer coisa viva para além de passos apressados, questiono-me sobre quem se assusta mais: aquele que passa ou o esquizofrénico que o vê passar

domingo, dezembro 05, 2004

O mail que o meu tio me enviou...

While waiting for my first appointment in the reception room of a

new dentist, I noticed his certificate, which bore his full name.

Suddenly, I remembered that a tall, handsome boy with the same name

had been in my high school class some 30 years ago. Upon seeing him,

however, I quickly discarded any such thought.



This balding, gray-haired man with the deeply lined face was way

too old to have been my classmate. After he had examined my teeth, I

asked him if he had attended the local high school.


"Yes," he replied!



"When did you graduate?" I asked.

He answered, "In 1971. Why?"



"You were in my class!" I exclaimed.



He looked at me closely and then the asked,



"What subject did you teach?"



Sounds like the story of my life…



Mario

see you some day

Example

inté

sábado, dezembro 04, 2004

WestCOOOOOOOassssT!!!!


estamos entre 1445-1510, vida do pintor Sandro Botticelli.
Existe quem diga que o tupac está vivo.. eu pergunto... Será que ele sempre existiu?

quinta-feira, dezembro 02, 2004

hippie ou yuppi? pq que o gaijo da foto deixou aquele cromo a coçar o pescoço?


quarta-feira, dezembro 01, 2004

Hipocampo. de hipo (porque em corte parece um cavalo marinho)

De onde vem isto da emoção, isto da memória recente, isto que nos faz ter certo comportamento? Julga-se que seja o sistema límbico, um conjunto de estruturas encefálicas, o responsável por esta porção do EU.
Muito resumidamente, e para não ser fastidiosa, é devido à sua estreita ligação com o hipotálamo (e deste com o sistema nervoso autónomo) e ao controlo sobre o sistema endócrino (hormonal) que o sistema límbico pode influenciar vários aspectos do comportamento emocional, particularmente as reacções de medo, raiva e comportamento sexual. Mais: estas estruturas estão envolvidas no desenvolvimento de sensações da emoção e com respostas viscerais que acompanham essas emoções.
Ou seja: recebemos informação nova, que é registada como memória recente, e depois é associada a emoções passadas ou dada como nova. Isto permite-nos ter uma resposta pronta de homeostase a um determinado estímulo ambiental, pois registámos essa mesma resposta quando nos deparámos com a mesma situação. Para além disso são todas aquelas alterações que temos que acompanham certa emoção. E disso podemos pensar nos mais variados exemplos.
Máquina fascinante, hem? Tudo certinho, tudo arrumadinho, tudo organizadinho...

feriado

curiso,
Alguem de lá de cima tá-nos sempre a mandar dicas.

acabou a dinastia filipina... a governar o que nunca foi deles!